Renda básica melhora bem-estar das pessoas, diz estudo finlandês

12 de maio de 2020 2 minutos
A experiência de renda básica da Finlândia foi realizada entre 2017 e 2018

A crise do coronavírus, que tem causado desemprego em todo o mundo, renovou o debate internacional sobre a adoção de programas de renda mínima. A Finlândia acaba de revelar os resultados de uma ampla experiência sobre o tema – e o que o país atestou é que, com uma renda básica, o bem-estar geral da população melhora.

O estudo finlandês tem sido tratado como o mais robusto sobre o tema já feito no mundo. Entre 2017 e 2018, o governo pagou € 560 a 2 mil pessoas desempregadas, que tinham idades entre 25 e 28 anos e foram escolhidas aleatoriamente. A remuneração foi mantida mesmo quando as pessoas arranjaram emprego. Para o experimento, os pesquisadores compararam os níveis de bem-estar e emprego dos beneficiários com um outro grupo, formado por 173 mil pessoas que recebiam auxílio-desemprego.

“Os beneficiários da renda básica estavam mais satisfeitos com suas vidas e experimentavam menos tensão mental do que o grupo de controle”, concluiu o estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Helsinque. Quem recebeu o benefício também declarou satisfação com seu bem-estar econômico e níveis mais altos de funcionamento cognitivo e de confiança no futuro.

Impacto sobre o nível de emprego

A remuneração não teve grande efeito sobre o nível de emprego dos beneficiários. Ainda assim, no intervalo entre novembro de 2017 e outubro de 2018, os 2 mil integrantes do primeiro grupo trabalharam, em média 78 dias. Foram, assim, seis dias a mais do que as pessoas que recebiam auxílio temporário.

Algumas das descobertas do estudo da Finlândia sobre renda básica já haviam sido apresentadas em fevereiro do ano passado, mas ainda de forma preliminar (relembre aqui). Agora, os autores puderam concluir com mais precisão os efeitos do programa sobre as pessoas. Os pesquisadores fizeram entrevistas mais aprofundadas com 81 participantes do experimento. Os relatos foram diversos, mas, em linhas gerais, as pessoas se disseram mais satisfeitas com suas vidas. Elas também sofreram menos tensão mental, depressão, tristeza e solidão que os integrantes do grupo de controle.

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